terça-feira, agosto 10, 2010

O nosso parto, minha bébéza - Dia 30

A partir das 24h00... tudo foi ficando mais difícil, estava cansada, com sono, e a perspectiva de ter que aguentar mais 8 horas daquilo... Decidi entretanto encher a banheira de água e foi lá que fiquei até às 04h00, sabia-me bem, aliviava os rins e conseguia descontrair melhor entre contracções ... A partir das 03h00 as contracções já estavam de 5 em 5 e alternadamente de 2 em 2, já era muito dificil aguentar as contracções mesmo dentro de água, estava a sentir que estava a perder o controlo da situação... Para além disso já não sentia muito a bébé.

Falei com o A. e decidimos que estava na hora de voltar ao hospital, pelo menos lá eles monitorizam a bébé. Tivémos que levar o Afonso, que ficou felicíssimo por ver a Lua e as Estrelinhas, e ainda por cima o sacaninha ria-se cada vez que eu tinha uma contracção! Apesar o curto percurso até ao Hospital, custou-me imenso estar sentada no carro e andar aqueles passinhos até à entrada...

Fui logo atendida, verificaram que a bébé estava ok e que euzinha, finalmente, estava com 8 dedos de dilatação. Fiquei tão feliz por ter aguentado aquilo tudo e ter conseguido chegar até aqui. Confirmaram-me que não havia epidural e passaram-me para o bloco de partos, porque já sentia alguma vontade de fazer força. Entrou o A. (o Afonso ficou com um enfermeiro) e como ainda ia demorar algum tempo, o A. foi pôr o Afonso a casa e buscar a irmã para ficar com ele (muito muito obrigado L. por teres ficado com o nosso menino).

Entretanto, deviam ser umas 5h00 no bloco de partos, as contracções modificaram-se. Era mesmo altura de fazer força, e temos que fazer mesmo que a nossa cabeça diga que não. Nessa altura pensava em como eu achava estranho ver imagens de mulheres a parir aos berros, e lá eu estava a reconhecer que era mesmo necessário berrar!! Eu pedia ajuda, apertava a mão das médicas, eu sei lá... e elas diziam "tem que fazer força", e eu "mas eu tou a fazer!!", às tantas virei-me de lado por ser mais fácil suportar as dores, e aí sim comecei a fazer força como deve ser... As médicas notaram isso e deixaram-me ficar de lado até ao final da descida da bébé... Quando a cabeça se aproximou da saída, viraram-me de barriga para cima e disseram "ponha as pernas nos suportes", mas tiveram que ser elas, não tinha força para levantar os joelhos nem fazer aquela cena de levar a cabeça ao peito...

O A.voltou a voar e chegou precisamente nesse momento, em que ela ia finalmente sair! Ainda me custa lembrar e falar nisto, mas as últimas contracções foram tão fortes e a dor era tão grande, de sentir ela a descer... mas quando a cabeça dela espreita, a dor foi tanta que eu gritei tanto e esperneei... elas agarraram-me, disseram-me para eu não contrair porque a bébé estava a nascer... o A. a dizer para eu me controlar... eu gritava tanto e ao mesmo tempo tentava com todas as minhas forças fazer a minha bébé nascer e estava com medo de estar a fazer-lhe mal... e de repente, tudo passou... ela saíu toda, eu abri os braços, estava toda a tremer e a bater os dentes... e perguntava se estava tudo bem, elas "sim" e passaram-ma... que alívio, chegaste minha filha e saíu tão perfeitinha, tão linda... dei-lhe festinhas... O A. estava pertinho de mim... Depois, mais uma contracção para sair a placenta (saiu tudo inteiro, felizmente), e depois os pontos... mas depois do que senti, estes acertos já não custaram...

Fiquei a tremer durante algum tempo, passaram-me para o recobro... disse ao A para ir dormir, ele quis ficar até chegar a comida (para garantir que eu comia tudo), eu já nem sei há quantas horas não comia... trouxeram-me a menina, pus à mama.. e ela mamou como se já mamasse há meses... um verdadeiro espanto!

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